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Fóssil preservado em ouro-de-tolo revela animal inédito à ciência

Encontrado no estado americano de Nova York, o fóssil de um novo animal com 450 milhões de anos é dourado como uma joia — e não à toa, ele foi encontrado preservado em pirita de ferro, mais conhecida pelo nome popular “ouro de tolo”. O extinto artrópode é ancestral distante dos caranguejos-ferradura, escorpiões e aranhas.

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Representando uma nova espécie, totalmente desconhecida à ciência até agora, o animal foi nomeado Lomankus edgecombei, e ficou praticamente inteiro no interior da pirita, adquirindo uma cor dourada brilhante em três dimensões. O artrópode é datado do Período Ordoviciano (485 a 444 milhões de anos atrás) e habitava as profundezas oceânicas quando a vida mal saía para a terra.

Fóssil preservado em 3D

O fóssil da criatura faz parte de uma coleção de cinco espécimes, encontrado na cidade de Roma, nos Estados Unidos. Publicado na última terça-feira (29) no periódico científico Current Biology, o estudo sobre os restos foi liderado por Luke Parry, do Museu de Yale Peabody. O local, rico em fósseis, é chamado de Cama de Beecher.


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A tomografia computadorizada se aproveitou da densidade da pirita para revelar detalhes incríveis do fóssil do artrópode (Imagem: Parry et al./Current Biology)

A pirita é um metal muito denso, então o uso de tomografia computadorizada pôde revelar com precisão os detalhes anatômicos do animal, para deleite dos pesquisadores. O achado ajuda a explicar, por exemplo, porque os artrópodes possuem apêndices saltando de suas cabeças.

Como a preservação em pirita é muito rara — nos últimos 500 milhões de anos, há apenas um punhado de seres fossilizados assim —, os cientistas a consideraram “extraordinária”. Normalmente, detalhes como antenas teriam se deteriorado se preservados em outros materiais.

A espécie fóssil faz parte de um grupo animal extinto chamado megacheira, e foi nomeada em homenagem ao especialista em artrópodes Greg Edgecombe, que recebeu o título de pesquisador por mérito no Museu de História Natural de Londres. Outros animais do grupo usavam seus apêndices para capturar presas, indicando que o L. edgecombei provavelmente fazia o mesmo.

Os detalhes do animal, como antenas e falta de olhos, ajuda a entender a evolução dos artrópodes até os dias modernos (Imagem: Parry et al./Current Biology)

Ele não tinha olhos, então precisava das antenas para tatear os sedimentos do fundo do mar. As características de sua cabeça são parecidas com as dos artrópodes modernos, equivalentes às antenas dos insetos ou bocas dos escorpiões e aranhas.

Atualmente, há mais artrópodes do que qualquer outro grupo de animais na Terra. A cabeça bem aparelhada, que os pesquisadores chamaram de “canivete suíço”, é um dos motivos que garantiu sua sobrevivência por tanto tempo.

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