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50 espécies são descobertas perto de vazamento de metano no fundo do mar

No Oceano Pacífico, uma equipe internacional de biólogos descobriu mais de 50 novas espécies de animais que vivem em regiões com vazamento de metano, incluindo polvos minúsculos. Tal achado somente foi possível após reunirem dados e análises de laboratório de amostras coletadas em mais de 60 mergulhos para o fundo do mar, em áreas próximas da Costa Rica.  

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A existência de tantas espécies desconhecidas surpreendeu os pesquisadores devido à diversidade da fauna proporcionada pelas infiltrações de metano, que vazam do subsolo e modificam todo o ecossistema. Inclusive, o número total pode ser maior, chegando a mais de 350. Entretanto, ainda é cedo para esta afirmação.

Entre as novas criaturas que vivem em áreas do fundo do mar com vazamento de metano na América Central, estão: peixes, mariscos, caranguejos, vermes, lagostas atarracadas, mexilhões, moluscos, estrelas-do-mar e polvos minúsculos. De forma geral, o maior número é de invertebrados.


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Vazamentos de metano no fundo do mar?

Publicada na revista ZooKeys, a abrangente pesquisa sobre a fauna que se prolifera entre o gás metano envolveu 28 cientistas de diferentes instituições, como a Universidade da Califórnia em San Diego (EUA) e a Universidade da Costa Rica. Como adiantamos, estes locais contam com ecossistemas únicos. O grupo chegou até uma profundidade de 3,6 km da superfície.

Novas espécies de animais são descobertas em áreas do fundo do mar com vazamento de metano, como este polvo minúsculo (Imagem: Seid et al., 2025/ZooKeys)

Para entender, as infiltrações de metano no fundo do mar ocorrem quando esse gás, armazenado em sedimentos submarinos, escapa para a coluna d’água através de fissuras geológicas. Esta liberação normalmente ocorre a partir da atividade de placas tectônicas, mudanças de temperatura ou mesmo com perfuração do solo por atividades humanas.

Apesar do metano ser um gás altamente poluente na atmosfera e contribuir com o aquecimento global, a história muda quando se analisa o fundo do mar. Isso porque, nesses locais, onde a luz solar não chega, o metano e outros compostos inorgânicos (incluindo o enxofre) funciona como uma das bases para a existência da vida, através da quimiossíntese.

Esses organismos raros (como algumas bactérias) usam a energia produzida através de reações com produtos químicos inorgânicos para gerar compostos orgânicos e dar sustentação para vida e para a cadeia alimentar local. É um processo diferente da fotossíntese, baseada exclusivamente na luz solar  vista de forma abundante nas camadas mais superficiais do mar.

Mergulhos no fundo do mar

Diante desse cenário único no fundo do mar da Costa Rica, os pesquisadores realizaram cinco expedições entre os anos de 2009 e 2019, o que permitiu a realização de inúmeros mergulhos com submersíveis. Isso rendeu coleta de espécimes, fotografias e amostras de diversos DNAs.

No total, foram catalogadas 488 espécies vivendo em áreas com vazamento de metano. Desse número, 131 já foram descritas anteriormente e pelo menos 58 eram totalmente desconhecidas pela ciência, como o polvo minúsculo e avermelhado. As outras são, muito possivelmente, novas espécies, mas análises complementares ainda são necessárias.

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