5 curiosidades sobre as estrelas-do-mar, que regeneram seus membros
As estrelas-do-mar estão entre as criaturas mais facilmente reconhecíveis dos oceanos, sendo encontradas em todos os mares e simbolizando o ambiente marinho na cultura pop. Com mais de 2 mil espécies, elas são animais muito interessantes à ciência, desde sua alta capacidade regenerativa à ausência de cabeça e cérebro.
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Nesta lista, o Canaltech selecionou cinco curiosidades sobre esses seres onipresentes nos mares, mas ainda cheios de mistérios a serem descobertos pelos biólogos marinhos.
Mais do que cinco braços
Uma das características mais memoráveis quando falamos em estrelas-do-mar é seu formato: a maioria das espécies possui cinco braços, e essa forma pentaradial é a que mais se representa por aí. Alguns grupos, no entanto, carregam mais membros, indo de seis ou sete braços a até 10 ou 15.
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Uma espécie em particular, a Labidiaster annulatus, que vive no Oceano Antártico, possui 50 braços ou mais, lembrando um polvo superdesenvolvido. Olhando para os genes das estrelas-do-mar, elas podem ser encaradas como um corpo sem cabeça andando pelos mares usando seus lábios (estruturas tubulares que arrastam os braços pela superfície).
Diversidade nas espécies
Falando das diferenças entre cada tipo de estrela-do-mar, há uma diversidade considerável delas — todas vivem nos oceanos, já que, como bons equinodermos, elas mantêm um equilíbrio interno de eletrólitos delicado, algo que a água do mar garante. É impossível ver uma estrela-do-mar sobrevivendo em um ambiente de água doce.

Elas costumam viver em recifes de corais tropicais, costas rochosas, piscinas de maré, lama e areia, bem como florestas de kelp e, finalmente, as profundezas do mar, a até 6.000 metros de profundidade. A maior diversidade da classe (Asteroidea) está na costa.
Múltiplos estômagos
Apesar da aparência pacífica, as estrelas-do-mar são criaturas predadoras, saindo pelo mar à caça de presas, num perfil bastante carnívoro. Algumas podem comer algas e material orgânico para complementar a alimentação, mas a maior parte do cardápio inclui corais (dos quais podem ser até pragas), esponjas-do-mar, moluscos, artrópodes, pequenos peixes e até mesmo estrelas de outras espécies.
E para digerir tudo isso, elas contam com dois estômagos: o pilórico e o cardíaco. A boca fica no centro do disco das estrelas-do-mar, sendo posicionada sobre o animal atacado — algumas espécies primitivas engolem as presas inteiras, mas a maioria estende o estômago cardíaco para fora do corpo, jogando suco gástrico para dissolver a caça antes de engoli-la.

No caso de moluscos com conchas, como as ostras, as estrelas forçam uma abertura minúscula e inserem parte do estômago no interior do animal, já dissolvendo-o por dentro.
Descerebradas, mas espertas
As estrelas-do-mar não possuem cabeça ou cérebro, mas ainda possui um sistema nervoso complexo envolvido nos sentidos e locomoção. Um estudo de 2023 revelou alguns segredos sobre a “cabeça” das estrelas, usando, na verdade, biologia molecular para isso: ignorando o formato físico, os cientistas olharam para os genes que definem funções corporais como cauda, cabeça e membros.
Foi encontrado um eixo molecular que mostrou territórios semelhantes a cabeças no centro de cada braço das estrelas, e uma espécie de cauda no perímetro dos membros. Esse grupo de animais também não tem sangue, sugando e usando a água do mar para bombear proteínas e nutrientes ao longo de todo o corpo. Essa dinâmica hidráulica é aproveitada para estender os braços.
Capacidades regenerativas
Uma das características mais importantes e famosas das estrelas-do-mar é sua capacidade de regeneração: algumas espécies podem crescer braços perdidos e até recuperar um membro inteiro ao longos de meses ou anos. Certas estrelas são capazes de crescer um disco central novo a partir de um braço, efetivamente se clonando.

Algumas usam a habilidade como forma de escapar, amaciando o tecido conectivo e deixando um membro para trás. No caso dos membros que crescem uma estrela-do-mar inteira novamente, eles sobrevivem de nutrientes armazenados até criar uma nova boca, conseguindo comer de novo.
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